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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Resenha textual associando os textos de CORACINI, Maria Jose., MUELLER, Suzana Pinheiro Machado e MUELLER, Suzana Pinheiro Machado








CORACINI, Maria Jose. Perscrutando a Filosofia da Ciência. In: CORACINI, Maria Jose. Um fazer persuasivo: o discurso subjetivo da ciência. São Paulo/Campinas: EDUC/Pontes, 1991. cap.1, p. 25-40;

MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. A ciência, o sistema de comunicação científica e a literatura científica. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CENDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite. (Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. cap.1, p.21-33;

MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. O periódico científico. In: ______.  Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. cap. 5, p. 73-94.       

                                                         ]

                                                                        Pedro Samuel de Moura Torres


As duas autoras em questão trazem contribuições importantes para a compreensão do processo e dinamismo da divulgação da ciência. O meio de publicação da ciência é o ponto chave dos três textos. Todos abordam questões vigentes na comunidade cientifica e explicam os procedimentos para a expansão e conservação do conhecimento cientifico. A ciência para existir não basta apenas encontrar respostas, explicar fatos, mas, para trazê-la a existência, é necessário que se disponha de publicações e exposições. Através dos textos torna-se mais fácil compreender todo o artifício da ciência e como ela se desenrola.

O texto de Suzana Pinheiro, A ciência, o sistema de comunicação e a literatura cientifica, aborda a dinâmica e as formas atuais para a disseminação e veiculação das produções acadêmicas nas comunidades cientificas. Mostra e avalia um método de estudo que vem sendo desenvolvido para amoldar-se com a comunidade científica, os fatos fundamentais que motivam e estimulam o consumo de artigos e periódicos científicos, tanto no meio impresso como no meio eletrônico, em mananciais restritos ou acessíveis.

Suzana denomina de literatura cientifica as fontes de conhecimento que todo o profissional de informação tem como base. Os periódicos científicos em sites da internet ou impressos em formatos de livro constituem em maior parte a literatura cientifica. A autora designa de explosão bibliográfica o fenômeno do avanço tecnológico.

Com a chegada da ciência moderna, possibilitou-se a comunicação e veiculação de forma bastante acessível e instantânea em prol de divulgações entre a comunidade cientifica ou até mesmo direcionando-se para outros contextos sociais. Os periódicos eletrônicos têm características de serem instantâneos e versáteis. Já que se encontra com todo esse avanço tecnológico, ocasionou-se numa transformação do acesso das informações. Como articula Mueller, encontramo-nos em um período transitório na comunidade cientifica, o qual saiu de um sistema rude e limitado para um sistema mais avançado e de fácil publicação. Tais avanços propiciaram para a extinção dos entraves geográficos e disponibilizaram novas vias de difusão, globalizando e tornando acessíveis os conhecimentos científicos. Mueller destaca dois tipos de canais: o informal e o formal. O canal informal tem o acesso limitado e reserva-se a públicos restritos. O canal formal é de amplo e simples acesso a informações, porém são bem mais refletidos e avaliados.      

Coracini defende a importância de compreender a ciência com suas concepções em vigor, seus novos recursos instituídos e as leis estabelecidas. Tal autora avalia os estudos científicos a partir de três filósofos da ciência: Popper, Kuhn e Feyerabend. Popper apóia o método dedutivo em que o fundamento teórico é a chave de todo empenho da ciência. Popper acredita que através dos erros é que se aproxima da verdade, com a sua teoria do falseamento; sustenta que a ciência se desenvolve a partir do ciclo de erros e acertos. No entanto, Coracini desafia tal teoria, ao afirmar que Popper não enxergou a necessidade e a influência do social como Kuhn havia previsto. Para Kuhn a ciência é essencialmente argumentativa, ou melhor, as suas verdades estão sujeitas ao poder da persuasão e eloqüência, ou à melhor resposta apresentada para seduzir e convencer um dado público. Kuhn considera que a ciência depende dos contextos e adequações histórico-sociais. Portanto, a comunidade cientifica domina e amolda a ciência continuamente. 

É necessário que o pesquisador procure subsídios não somente internos, mas também externos ao domínio científico a fim de que possa elaborar suas próprias conclusões a respeito das verdades científicas. Já que as verdades humanas são passíveis de erros e acertos, convém não acreditar em apenas uma suposição. As literaturas científicas servem exatamente para nos proporcionarem possibilidades e reflexões sobre o que podemos e queremos julgar que seja verdade, mas que não seja necessariamente uma verdade inabalável e exata. É fundamental que aprendamos a traçar um paralelo dos nossos conhecimentos de mundo com as conclusões cientificas e que saibamos moderadamente nos desvencilhar de conceitos pessoais e pré-concebidos para podermos usufruir o que a ciência nos proporciona.

É bastante intricado se garantir a veracidade de algo quando se faz uma análise cientifica, uma vez que o observador é levado a ler e averiguar certas literaturas, não sendo permitido o uso de sua voz direta em seus discursos científicos. Em seu texto, Coracini invalida esse padrão, mesmo de maneira indireta, quando exprime seu ponto de vista ao censurar a opinião de Popper em benefício de Kuhn. A ciência também se constrói verdadeiramente a partir dos julgamentos individuais, do que se reflete intimamente, porém, tais reflexões e opiniões devem seguir a linha do que se tem pesquisado e essas pesquisas podem ir muito mais além do que apenas teorias fundamentadas nos periódicos, como as experiências pessoais e subjetivas. 

                                                                                                        Pedro Samuel de Moura Torres

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