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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Tendências pedagogicas: Tecnicismo


 

 

Existem várias tendências pedagógicas, cada uma com sua própria visão sobre qual seria a melhor forma de ensino e diferentes concepções de homem e sociedade; diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas, etc, sendo que algumas são mais aceitas do que outras. As tendências pedagógicas não aparecem em sua forma pura e nem sempre são mutuamente exclusivas, nem conseguem captar toda a riqueza da prática escolar. As tendências pedagógicas são dispostas em liberais e progressistas:

A - Pedagogia liberal                                   B - Pedagogia progressista

 

1- Tradicional                                              1 - Libertadora

2- Renovada progressivista                         2 - Libertária         

3- Renovada não-diretiva                            3 – Crítico-social dos conteúdos

4- Tecnicista

Na maioria das escolas, observa-se que a tendência tradicional é uma das mais aplicadas desde sempre e, com o advento da pedagogia nova, nota-se que ela permanece apenas no campo das ideias, já que a realidade em que os professores atuam é tradicional, não havendo condições de a escola nova ser eficientemente instalada. Atualmente, a tendência tecnicista tem sido bastante difundida, mas, como resultado, veem-se alunos “produzidos” para o mercado de trabalho sem que “de fato” estejam preparados para lidarem com o mesmo. O professor se encontra em uma situação contraditória, pois constata que suas condições concretas não satisfazem as ideologias requeridas, com a pedagogia oficial que sustenta a produtividade e a racionalidade do sistema e do trabalho, enfatizando os meios tecnicistas, o professor é obrigado a submeter-se a esse sistema. É aí o dilema em que se encontram os professores, seus ideais são modernizadores, mas em meio a uma realidade de recursos tradicionais.   

A tendência tecnicista surgiu na segunda metade do século XX nos Estados Unidos e após 1964 no Brasil. Intenciona-se, através desta, ajustar a educação às exigências da sociedade industrialmente e tecnologicamente desenvolvida. O autor que mais proeminentemente contribuiu para essa nova tendência foi o psicólogo americano Frederich Skinner, nascido a 20 de março de 1904 na pequena cidade de Susquehanna, Pennsylvania. Skinner criou uma máquina de ensino onde o estudante poderia aprender, pouco a pouco, encontrando as respostas corretas que lhe davam um prêmio imediato. Preocupava-se, tão somente, em determinar como o comportamento era causado por forças externas. Ele acreditava que tudo o que fazemos e que somos, é moldado pela nossa experiência de punição e recompensa.

Essa nova tendência visa moldar o indivíduo para o meio empresarial, adaptando comportamentos com o escopo de acatar as necessidades cada vez maiores do mundo capitalista de mão de obra técnica especializada, o que implica em o aprendizado do aluno não concorrer para que ele possa apreender a realidade em que está inserido e assim a possa transformar, mas sim o capacitar a desenvolver funções técnicas para servir o mercado. Nessa tendência, a relação professor - aluno se dá por meio de avaliações de trabalhos práticos, averiguando passo a passo o cumprimento das tarefas dadas, ou seja, o relacionamento decreta distanciamento afetivo e não está voltado para a abertura de discussões e debates. O aluno é preparado mecanicamente, como uma máquina, um robô configurado para desempenhar papéis de condicionamento operante, ou mesmo animais que eram premiados apos serem induzidos a realizar uma certa tarefa. A exemplo da Copa do Mundo que está para acontecer em 2014, muitos estão aprendendo mecanicamente a “falar” inglês para este grande evento.

 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Resenha critica do texto "As ideias estéticas de Marx" e do filme "Sede de viver"


 
 
 
O texto de Adolfo Sanchez Vásquez “As ideias estéticas de Marx” aborda sobre a hostilidade da ordem capitalista sobre a verdadeira intenção genuína da arte, pois que a mesma visa humanizar as relações interpessoais e com o mundo, e o artista se sente hostilizado pela motivação burguesa com a mídia artística, a que a utiliza para fins friamente econômicos. Segundo o texto nem sempre a burguesia se moveu com essa ideologia capitalista em relação à arte, pois no Renascimento quando a burguesia se ascendia na sociedade, ela se apropriava da arte para expressar suas ideais contra o feudalismo, utilizando-a, portanto como arma espiritual. Entretanto, a liberdade e os princípios buscados pela burguesia se revelou acessíveis apenas a uma minoria, o que distorce todos os pensamentos bem elaborados de igualdade e humanização global.

O texto demonstra e reflete com um olhar critico sobre como os valores massacrantes do capitalismo emergente no mundo desde a revolução industrial, tem sido o veiculo de deturpação para as sensíveis e desgostosas almas românticas que sempre buscaram trazer valores estéticos e elevados que transcendessem e dessem reais sentidos transformando a visão de um mundo abatido pela vida banalizada e pelo seco cotidiano preenchido pela desordem e vácuo existencial. A arte tem a função social de atingir a toda humanidade para que se humanizem em toda sua integridade espiritual. Ela deve ser um veículo onde fosse possível que o homem manifestasse as diversas condições humanas vitais se autoafirmando como seres humanos. Evidencia-se também que atualmente há uma nova arte, porém impopular, pois é direcionada para uma minoria privilegiada, já que a grande massa é inapropriada e desprovê-se de entendimento e recursos o bastante para se inserir e assimilar tais ideologias.

Na contemporaneidade, a arte versus o capitalismo traz a ideia sobre a influência direta das mídias na formação de consciências e mentalidades das massas que consomem seus produtos sem mesmo examinarem as mesmas e suas intenções por traz. Desse modo, na situação comodista em que se encontram, acabam se submetendo indiscutivelmente e cegamente às impositivas ideias maquinadas pela publicidade maliciosamente capitalista e como resultado perdem a noção fundamental dos valores estéticos, morais e espirituais. Como já se afirmou: "Toda unanimidade é burra", essa declaração parece se aplicar perfeitamente a essa absurda situação, na qual se verifica que a maioria das pessoas prefere e se atrai por banalidades sem conteúdos e por propriedades que não edifiquem nem elevem seus espíritos. Dessa forma, a arte por essência se desvirtua da sua finalidade primordial, que seria levar e moldar as consciências para uma elevação estética, ética e moral tornando-os mais humanizados. O homem massa consumidor da mercantil mídia abrangente se torna coisificado e nessa inepta condição, deixa-se ser manipulado virando massificadas marionetes cada vez mais consumistas e alienadas em seu vazio existencial.         

 O filme “sede de viver” revela um artista que viveu entre a intensa busca pela perfeição das suas obras e no seu desesperador estado psicológico. Começando sua vida profissional como semeador da fé por influencia do seu pai, Theo o resgata da sua primeira desilusão com os dogmas impostos pela igreja. Van Gogh decide dedicar-se de coração às suas pinturas entregando-se em busca da estética ideal. Sentindo-se rejeitado pela sua prima que se tornou de imediato a mulher da sua vida, sempre com seu jeito muito intenso e profundo em tudo o que vivia, ele se entregava a um estado depressivo e solitário. Profundamente fechado em seus pensamentos e sentimentos projetava suas potencialidades em suas obras, isolando-se em prol da sua dedicação profissional o que o inseriu num mundo de solidão e infelicidades. Toda a expressão da sua genialidade extravagante através das suas pinturas pareciam equivalente ao seu intenso e visceral modo de enxergar o mundo, ao seu rompante temperamento. Exagerava em cores fortes como se ele enxergasse a natureza em seu pleno brio. Ele agia motivado exclusivamente pelos seus reais sentimentos esquecendo-se de adequar-se às exigências externas de atingir reconhecimentos mercantis. Ele doava-se de corpo e alma à sua arte, não colocando-a como ambição comercial, mas como ambição espiritual e estética. 

Como diz Adolfo Vásquez em “O capitalismo e a arte de massas”: não apenas o homem-massa perde com isso: é uma perda para todos e substancialmente para os homens verdadeiros que intencionam trazer uma nova ordem social legitimamente humanizada. O que torna a relação entre o homem-massa e a arte genuína como uma comunicação entre surdos, onde a arte verdadeira deixa de ser apreciada. Essa ofuscação faz com que o público escolha as obras menos sólidas do ponto de vista estético no lugar de eleger aqueles mais valorosos esteticamente. Sendo assim, Van Gogh aparece como um verdadeiro artista em tal ponto de vista, pois suas obras permaneceram sem nenhum reconhecimento naquele tempo, a cegueira do momento já atuava ofuscando artistas que só viriam a ser aceita depois de sua morte. Van Gogh foi um verdadeiro artista também no que concerne à sua entrega emocional e total a sua obra onde seu real objetivo era satisfazer suas necessidades emocionais e estéticas sem nenhuma pretensão comercial, mesmo se suas obras fugissem dos padrões exigidos pelo mercado, se agradasse ou não, sua única e real pretensão era a de unir-se em sinestesia com a sua própria arte, projetando-se e tornando-se o seu próprio objeto de criação.