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domingo, 1 de abril de 2012

Alma Barroca




  Pedro Samuel de Moura Torres

Meu espirito anseia pela a paz e pelo amor perfeito divino, entretanto minha carne intenciona a minha destruição, com suas paixões me dirigir ao inferno enfraquecendo-me e distorcendo os valores que me conduziriam a evoluir e a atingir a terra prometida. Corpo e alma se antagonizam, se contrapõem, mostrando que a natureza humana se realiza em conflitos. Dividido em minha fraqueza, não desejo perder o paraíso e tão pouco consigo a renuncia total do mundo. O poder de Deus é maior em minha alma, mas as paixões do meu corpo doente me impedem de firmar na tão almejada paz divina. Sou indeciso e leviano em minha posição, mas meu espirito aflito é convicto do seu caminho da paz. Como viver entre os conflitos e as desordens entre o bem e do mal? Como vencer minha humanidade decaída em seus apelos sensuais? Como vencer a ilusão transitória em prol do deleite eterno? A miragem do mundo me leva às ruínas, mas mesmo assim por vezes prefiro a ilusão desgraçada que atormenta a minha alma sedenta de Deus. O demônio está na carne e Deus na alma, essas forças nos abordam constantemente, porém sei que o espirito é o destino e que Deus é soberano. Minha noção dos fatos físicos me agita, me traz inquietudes, me atormenta, enquanto a minha inocência me deixa leve, apazigua meus sentimentos. O corpo limita nossas percepções, oprime nossa consciência, obscurece nossa visão e desvia nosso objetivo, nos impele à destruição, Deus que significa a pura ressureição se compadece da nossa humanidade tendenciosa e enxerga nossa fragilidade. Nossa passagem na terra nos engana, nos desilude, mas a fé do infinito e a espera da misericórdia nos condiciona e nos aprimora para o encontro com Deus.

                                                                                                     Pedro Samuel de Moura Torres