Pedro Samuel de Moura Torres
ALMEIDA, Alexandra Ozorio. A diretora da escola sem paredes: Folha
online. São Paulo. 2004.
Motivada pela sua
esperança de progressos na educação gratuita, a pedagoga Ana Elisa Siqueira do
colégio municipal Amorim Lima é considerada uma ótima gestora educacional,
quando ela destaca que: “sua dificuldade
em dirigir veículos é inversamente proporcional a sua capacidade de dirigir uma
escola”. A Emef Desembargador Amorim Lima foi pioneira em seu ousado
projeto de reproduzir a didática de ensino que foi inspirada na obra criada
pela Escola da Ponte, de Portugal. Com seu espirito revolucionário e pioneiro, inspirada
em uma instituição portuguesa, Ana Siqueira deu o primeiro passo na
transformação educacional daquela escola ao tomar atitude de mudar radicalmente
condutas e modos de encarar o ensino priorizando as necessidades do aluno,
permitindo que eles participem e opinem nas decisões primárias da instituição,
tais como seus objetivos de aprendizagem e a maneira de serem avaliados.
Portanto, foram implementadas na grade curricular a capoeira, o teatro, educação
ambiental e oficinas de inglês, arte, educação física, leitura e informática. Conta
também que organizou as salas para no máximo 25 alunos para cada professor.
De família
bem-sucedida, embora a pedagoga tenha sempre estudado em instituições privadas,
ela decidiu se comprometer com as escolas públicas, por razões políticas, já
que as instituições gratuitas são onde se encontra a maior parte dos alunos no
nosso país e também pela busca de ideais, de tentar melhorar a qualidade do
ensino. Faz-se menção da sua vida particular; tem um filho chamado Pedro
Generoso com seu marido que é um arquiteto e artista plástico formado pela
FAU-USP e que sempre está a reclamar pela ausência da pedagoga que detém grande
parte do seu tempo ocupada com a militância da escola, mesmo assim ela reconhece
que ele seja bastante compreensível em relação a sua escolha.
Ana já vem 20
anos envolvida na rede municipal, já deu aulas para crianças de primeira a
quarta série e de pré-escola e ao prestar concurso para coordenadora
pedagógica, percebeu sua aptidão para a diretoria. Ela diz que os pais dos
alunos da escola municipal são bastante heterogêneos no quesito social e
cultural, pois alguns são analfabetos enquanto outros são universitários. Ela
busca trabalhar em grupo, com mais de um professor, que mesmo diante de algumas
dificuldades enfrentadas, eles vêm obtendo resultados surpreendentes. A
pedagoga encara os desafios como algo necessário quando se busca melhorias, é
preciso se aventurar sem o medo da derrota, ter esperança no que se faz e ser
capaz de se lançar no inusitado, de embarcar nos ideais intencionando contornar
as consequências do que pode advir para só assim obter as melhorias tão
idealizadas. Sua atitude é um grande exemplo para vários outros pedagogos ou
engajados na área da educação que almejam que a educação do nosso país avance,
pois o ideal é que a educação seja democratizada e qualificada não apenas em
teoria, como na prática.
Nenhum comentário:
Postar um comentário