Pedro Samuel de Moura Torres
REDAÇÃO.
Papo cabeça para pensar: Folha online.
São Paulo. 2005.
O
texto “Papo cabeça para pensar” Folha de São Paulo faz uma entrevista à
pedagoga Ana Elisa Siqueira que fala da escola municipal Amorim Lima da zona
oeste de São Paulo que desenvolve um projeto inspirado na Escola da Ponte, de
Portugal onde não existem salas de aula, diferenças hierárquica entre professor
e aluno, currículo, exames finais e cuja proposta é de se reconhecerem enquanto
povo brasileiro. Ana Elisa Siqueira formada em pedagogia pela PUC de são Paulo
é a diretora e criadora de tal projeto que vem contagiando e mobilizando
alunos, mestres e pais de alunos. Seu lema é: "Escola pública não deveria ser só de
crianças pobres, mas de toda a população. Isto é que seria uma escola
verdadeiramente democrática."
Ana
Elisa Siqueira responde as questões mostrando seu caminho trilhado na educação
e como ela chegou até esse seu novo projeto; em uma visita ao Butantã, conheceu
Amorim Lima e passou a enxergar a possibilidade de se criar um espaço cultural
que democratizasse e tornasse acessível a educação tanto para jovens sem
recursos financeiros quanto para os de condição. Com tal desígnio em mente ela
decide se tornar diretora para consolidar seus projetos; ela comenta das suas
tentativas passadas de viabilizar a participação dos pais na educação dos seus
filhos ao lembrar quando em uma dessas empreitadas ela foi reclamada e
questionada sobre o movimento que estava causando.
Quando
entrevistada lhe perguntaram o que era tão subversivo naquela empreita, ela
apenas respondeu que a participação dos pais seria bastante útil, mas que os
mesmos passaram a questionar os professores o que se sentiram ameaçados e constrangidos
diante da situação. Ana Siqueira conta alguns detalhes sobre as transformações
que ela produziu durante o seu domínio na escola, mudanças não apenas no
aspecto físico, como questão de segurança, mas no âmbito psicológico e social
daquele recinto. Revela também que o resultado de todo esse desenvolvimento
incomodava e causava bastante intransigência entre os professores.
Ela ressalta a importância da escola, de se
estabelecerem normas e regras, criar valores e de manter um vinculo social e
cultural dando exemplos de alunos que se deram mal após terem se desvinculado
da mesma. Ana Siqueira aborda a questão da liberdade e dos alunos terem o
direito de escolherem suas atividades facilitando a integração dos alunos com
um modo mais prazeroso e didático. Tais obras mostram que existem pessoas que
realmente se preocupam em conduzir e melhorar a educação brasileira, tomando
uma iniciativa ousada e empreendedora com fins utilitários tendo desempenhos
que deveriam ser aderidos em todo o contexto educacional do nosso país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário