Pedro Samuel de Moura Torres
NOESIS 56. Fazer a
ponte: educar para a (e na) cidadania na escola da ponte. 2000.
O
texto “Fazer a ponte: educar para a (e na) cidadania na escola da ponte” remete
a questionamentos feitos desde 1976 cujas respostas trouxeram densas
transformações na coordenação escolar. Entende-se que se cada criança é única e
singular não é certo se esperar que duas crianças caminhem tendo o mesmo
desenvolvimento. Põe-se em evidencia as necessidades individuais e capacidades
intelectuais inerentes a cada um, entretanto é mais simples sintetizar as aulas
dirigidas a um hipotético aluno se esquecendo de que a diversidade presente na
sala será um problema a ser enfrentado, já que cada um possuí seu próprio ritmo
e tipo de inteligência.
O
objetivo da escola não apenas ensinar os cidadãos a ler e reproduzir os códigos
gráficos, mas ensina-los a compreender o mundo em que vivem e com isso se
realizarem como seres sociais. A
aprendizagem e o ensino tornaram-se mais flexíveis no sentido que os
professores não são mais exclusivamente encarregados de passar os conhecimentos,
assim como eles também aprendem com os alunos e vice-versa. O aluno ganha
autonomia na educação, pois passaram a eleger os conteúdos a serem aplicados e
com quem eles se agruparão, os professores aparecem como ajudantes e
colaboradores para informar e tirar as dúvidas dos alunos.
O
professor também pode aproveitar a ajuda de um aluno mais capacitado para
ajudar os colegas, desviando um pouco do foco de conhecimento absoluto sobre os
docentes, mostrando que o conhecimento está acessível e qualquer pessoa que
quiser e busca-la poderá atingi-la. No exercício da cidadania se intenciona
democratizar e tornar acessível um mundo que todos apresentem seus direitos e
construam um mundo que todos possam contribuir e exercer com suas capacidades.
Dessa forma, as instituições educacionais vêm sempre se preocupando com a
autonomia a qual se deseja tornar o aprendiz como o sujeito e não como um
objeto como era a tendência do passado.
Tem-se
o objetivo de conscientizar o aluno que ele é sujeito e capaz de aprender por
ele mesmo, mostrando as ferramentas e as maneiras eficientes para buscar e
adquirir o conhecimento sem a necessidade de responsabilizar inteiramente o
professor. É fundamental que essa nova tendência possa abranger todas as
escolas e que isso possa se realizar na prática não caindo apenas na teoria.
Portanto a preocupação em tornar o aluno cônscio de que ele é capaz de aprender
buscando, que ele pode se desenvolver de modo autônomo, é a melhor maneira de tornar
o mundo mais democrático e com o rumo ao progresso social e cultural.
Pedro Samuel de Moura Torres
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