BOETTGER, Andréa Rizzo dos Santos; LOURENÇO, Ana Carla; CAPELLINI, Vera
Lucia Messias F. O professor da educação
especial e o processo de ensino-aprendizagem de alunos com autismo. In: Revista Educação Especial v.26/ n.46/
p. 385-400 / maio/ ago. Santa Maria: 2013. Disponível em:
As autoras Andréa Rizzo dos Santos Boettger (Professora Doutora
da Faculdade de filosofia e Ciências da UNESP - Campus de
Marília, São Paulo), Ana Carla
Lourenço (Pedagoga de escolas da cidade de Pederneiras - São Paulo), Vera Lucia
Messias Fialho Capellini (Professora Doutora da Faculdade de Ciências da UNESP
- Campus de Bauru/São Paulo)
do artigo "O professor da
educação especial e o processo de ensino-aprendizagem de alunos com
autismo" analisam o trabalho dos professores em uma escola especial
para os autistas buscando identificar e expor as suas faltas e refletindo sobre
os métodos de ensino que devem ser aplicados e que em algumas instituições já vem
sendo aproveitados; examinando quais das características dessa metodologia
podem melhor contribuir para a inclusão educacional. Com vários trabalhos na
esfera da educação especial, no referente artigo, tais autoras descrevem a
condição de autismo, explanam sobre alguns dos métodos propostos para a inserção
desses alunos especiais e refletem sobre como o autismo deve ser compreendido e
considerado pelos docentes a fim de superar os obstáculos permitindo que o
conhecimento e a educação seja viável a todos.
De acordo com a
autora BOETTGER, Andréa, o autismo infantil contemporâneo é um dos “Transtornos
Globais do Desenvolvimento (TGD)” que é caracterizado por um comprometimento
grave em diversas áreas do desenvolvimento, como nas habilidades de interação
social, na capacidade de se comunicar, na percepção do real e na presença de estereótipos
de comportamento, interesses e atividades. Ressalta também que segundo as
pesquisas mais recentes o autismo pode estar associado a causas genéticas e que
200 genes compartilhados pelos cromossomos humanos possivelmente já estão
relacionados ao autismo.
As autoras expõem
que através de observações feitas em uma escola especial para autista,
percebeu-se que o preparo e a performance dos professores era muito
superficial, os quais demonstraram ter o conhecimento do senso comum a respeito
do autismo. Ensinavam de maneira bastante restrita, sem considerar o aspecto
funcional e contextual, sem expor a relação de casualidade e noção de tempo e
espaço, deixando muito a desejar o que obviamente não facilitava a compreensão
desses alunos especiais.
O artigo relata
que enquanto aos elementos pedagógicos necessários para os educandos em tal
condição, Nilsson (2003) sustenta que é indispensável a utilização de
estratégias visuais, como: "Programação
diária individual, um sistema de trabalho individual, atividades adaptadas
individualmente para o trabalho independente, obrigações diárias apresentadas
visualmente, atividades recreativas e atividades motoras, dando suporte
adicional com a orientação visual do modo como a sala é mobiliada e usada."
(NILSSON, 2003, p. 26). E já que os autistas apresentam déficits na
socialização, Riviéri (1995) também afirma que é imprescindível desenvolver
atividades que estimulem a linguagem e a comunicação.
Expõe-se que ultimamente
alguns programas educacionais vem se capacitando e aplicando tais métodos para
a inclusão de crianças e adolescentes com autismo, sobretudo em escolas de
Educação Especial. Conforme as
autoras, destacaram-se os programas TEACCH – (Treatment and Education of
Autistic and Related Communication Handicapped Children - SCHOPLER, 1997) e
o CFN - Currículo Funcional Natural, (LEBLANC, 1992). O
programa TEACCH se fundamenta em: "habilidades
e interesses, avaliação contínua e cuidadosa, compreensão dos significados,
colaboração dos pais, ensino das relações de causa e efeito, ensino de
comunicação e independência. Tudo isso é ensinado por meio de: informações
visuais, rotinas e previsibilidade, ensino individualizado e ensino de
habilidades, em ambientes naturais e com materiais variados."
(MESIBOV; SHEA, 1998). Já o Programa CFN tem em vista expandir aptidões que
permitam às crianças e aos adolescentes atuarem da melhor maneira possível em
seu ambiente, deste modo, fazendo com que os alunos autistas se tornem mais independentes
e criativos.
Visto que o
autismo é uma demanda a ser encarada e tratada com maior acuidade e seriedade
pelos educadores no que tange a abrangência do ensino-aprendizagem nas escolas,
se faz necessário a aplicação desses métodos peculiares e que os professores
adquiram a consciência de que é possível a inserção desses alunos e que os pais
também participem e colaborem para que seus filhos especiais não se alienem e
nem percam suas prováveis potencialidades. É imprescindível que os professores
conheçam mais a respeito do autismo e aprendam como aplicar essas metodologias
necessárias para viabilizar a aprendizagem desses alunos especiais tendo em
mente que encontrando os métodos, recursos e os caminhos adequados para tal, os
professores suscitarão grandes transformações possibilitando que esses estudantes
se desenvolvam como qualquer outro.
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