Viola
Spolin com seu primeiro livro Improvisation
for the Theatre (Improvisação
para o Teatro) acabou tornando-se pioneira para o teatro improvisacional. Ela
aborda sobre a experiência criativa e os processos de improvisação no palco. De
acordo com a autora, aprender a atuar não depende somente de um mágico talento
inato, como se acreditava antes, mas da disposição do indivíduo em se lançar
experimentando o que o imprevisível palco tem a oferecer; para tanto, é
indispensável um lugar apropriado e predisposição dos que desejam aprender a
atuar. O sujeito deve tomar a consciência de que ele não deve ater-se apenas ao
plano intelectual, mas que é necessário uma boa dose de intuição abrindo-se a
novas descobertas que lhe acometem espontaneamente o que lhe permite aprender a
improvisar, sem a necessidade de prisões pré-programadas. E quando o aprendiz
se entrega e se envolve ao seu ofício de coração e de mente, aprendendo a
administrar os insights que pouco a pouco vão se aprimorando é justamente ai
que a expressão criativa tem seu lugar.
Visto que a espontaneidade é tão importante para o
teatro, o professor-orientador deve promovê-la através de atividades tais como
jogos recreativos, onde se desenvolva a habilidade de lidar com imprevistos, em
um contexto menos dependente de julgamentos e reprovações. Como a necessidade
de ser aceito vem com o temor de ser desaprovado, o aluno restringe a sua
criatividade e refrea a sua natural espontaneidade; contudo é recomendável que
todo autoritarismo por parte dos professores seja equilibrado para que não iniba
a subjetividade e espontaneidade do aprendiz.
Viola Spolin, em seu livro Improvisação para o Teatro,
provê excelentes contribuições para o professor de teatro improvisacional
trabalhar com discentes inexperientes. É fundamental destacar que a habilidade
e o conhecimento são para qualquer um que deseja e esteja disposto a aprender e
não é um elemento exclusivista e separatista. O docente necessita prestar mais
atenção nos sinais dos alunos para que possa enxergar as razões as quais se
resignam a participarem e cooperarem com as atividades. O professor tem o
encargo de motivar e liderar, porém é imprescindível que se tenham consciência
de que ele não é detentor de todas as verdades do mundo e tão pouco pode se
responsabilizar pela aprendizagem total dos alunos. Ele funciona apenas como um
orientador mostrando os caminhos a serem traçados para que os alunos liberem-se
e descubram-se na arte da atuação.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1982. Páginas 04 – 259.
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