Nosso processo para
desenvolver esse trabalho foi um tanto dificultoso, pois, nossos encontros
pessoais eram sempre escassos e as oportunidade de nos reunir eram apenas quando
tínhamos aulas. A primeira dificuldade foi em entrar em consenso sobre qual tema
iriamos abordar, já que sempre em cada escolha levantada, existiam os pros e os
contras. No nosso primeiro encontro, ao escolhermos o tema, acatamos de modo
prático e breve que faríamos sobre “A dança dos orixás” com apenas uma ou duas
minoria que discordavam. Nessa mesma ocasião, separamos e delimitamos os
subtemas a cada pessoa: a primeira se prontificou que falaria da cultura
africana, a segunda se encarregou de explanar sobre a dança macule lê, a
terceira e a quarta pessoa falariam sobre a capoeira, mas ainda sem nada
conclusivo, eu e mais outras três pessoas decidimos falar sobre os orixás e a
dança onde eu deliberei a necessidade de uma expressão criativa visual e
prática ao tema com o objetivo de reavivar e mostrar meios diferentes, estéticos,
utilitários e divertidos de se expressar o trabalho. Mas até então não havíamos
definido como o faríamos e se o faríamos. Como me sinto mais confortável
expressando-me artisticamente em dramatizações, dança e tudo mais que for do
campo da estética, além disso, refleti que se mantivéssemos a nossa
apresentação de maneira tradicional, correríamos o terrível risco de
tornarmo-nos muito monótonos, perdendo toda a necessidade dinâmica, estética e lúdica.
Desse modo, sugeri e insisti sobre apresentarmos algo além da mera e fatigante
teoria, percebi que sobrou para que eu conduzisse, idealizasse e desenvolvesse
essa parte.
Mas enfim, comecei a
liderar e organizar a parte criativa da nossa apresentação, vislumbrando mais
ou menos como a desenvolveríamos, vindo a decidir e a sugerir qual modalidade
usaríamos. A principio, tivemos um pouco de obstáculo em nos comunicar, mas
logo foi solucionado, passando a nos interagir à distancia. Prontifiquei-me em
idealizar a narração atrelando-a com a capoeira, a luta e a dança; estabeleci o
contexto, traçando as ideias, cada personagem, enredo e esquema teórico da
narrativa; logo sugerindo e negociando o esquema via internet e celular. Alguns
foram bastante resistentes em relação à inclusão dessa parte, pois não se
sentiam a vontade na área da representação, preferiam seguir pelo método
tradicional de apresentação e sentiam-se receosos do julgamento e de não saber
conduzir-se em um teatro “faz de conta”. Entretanto, mediante minhas apelações
e pelo reconhecimento da necessidade de um elemento prático e artístico, acabei
convencendo-lhes do seu papel na parte criativa. Houve dúvidas e confusões de
quem representaria o papel do orixá feminino Oxum, pois ambas as candidatas
optavam por fazer a parte teórico-narrativa a ter que encenar, mas finalmente
ela acabou aceitando para a harmonia e paz do grupo. Nossa colega narradora
assumiu a parte tanto da narração, como decidiu também expor um breve conteúdo
sobre os Orixás e suas danças. Mesmo tendo solicitado que os outros também
buscassem seus figurinos, porém devido a minha inata precaução, improvisei
todas as roupas e os artefatos tanto masculinos quanto feminino dos orixás, mas
para a melhoria da empreita, nosso colega acabou encontrando um vestido
original do orixá feminino, trazendo mais originalidade e glamour à nossa
criatividade.
Pedi também que ela
fizesse sua coroa do orixá Oxum improvisando em sua casa a fim de diminuir o
meu trabalho figurinista. A mesma ficou responsável por, juntando os conteúdos
de todos os integrantes, desenvolver a parte escrita do trabalho demandado pela
professora. Após ter esquematizado toda a parte prático-criativa e ter
improvisado o figurino, minha preocupação era de como e quando teríamos o tempo
para ensaiar tudo que havia sido previamente planejado, pela nossa dificuldade
de nos encontrarmos pessoalmente. Houve alguns momentos que eu pareci bastante
contundente o que irritava a alguns dos integrantes pela minha constância e
incidência em levar a frente o trabalho, mas todos acabaram me compreendendo e
aceitando. Mas por fim, faltando uns cinco ou seis dias da apresentação,
decidimos juntos nos encontrar antes da aula para a organização da ordem
definitiva da apresentação e para o ensaio da encenação. Finalmente todos
juntos pudemos definir decisivamente a ordem das apresentações e ensaiamos a
interpretação, escolhendo juntos cada movimento, posicionamento, atitude e ação
de acordo com os nossos conhecimentos prévios sobre o assunto. Enfim, é sempre difícil ajustar-se coletivamente,
pois demanda de grande dinamismo, insistência, manejo, liderança, comunicação,
negociação, decisão individual e grupal, disciplina, ideias expostas e
compartilhadas e muita diplomacia, mas no final acabamos fazendo o melhor que
pudemos e tentamos coletivamente, compartilhando e aprimorando nossas contribuições,
experiências e conhecimentos pessoais para a apreciação de todos.
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