O
texto de Adolfo Sanchez Vásquez “As ideias estéticas de Marx” aborda sobre a
hostilidade da ordem capitalista sobre a verdadeira intenção genuína da arte,
pois que a mesma visa humanizar as relações interpessoais e com o mundo, e o
artista se sente hostilizado pela motivação burguesa com a mídia artística, a
que a utiliza para fins friamente econômicos. Segundo o texto nem sempre a
burguesia se moveu com essa ideologia capitalista em relação à arte, pois no
Renascimento quando a burguesia se ascendia na sociedade, ela se apropriava da
arte para expressar suas ideais contra o feudalismo, utilizando-a, portanto como
arma espiritual. Entretanto, a liberdade e os princípios buscados pela
burguesia se revelou acessíveis apenas a uma minoria, o que distorce todos os
pensamentos bem elaborados de igualdade e humanização global.
O
texto demonstra e reflete com um olhar critico sobre como os valores
massacrantes do capitalismo emergente no mundo desde a revolução industrial,
tem sido o veiculo de deturpação para as sensíveis e desgostosas almas
românticas que sempre buscaram trazer valores estéticos e elevados que
transcendessem e dessem reais sentidos transformando a visão de um mundo
abatido pela vida banalizada e pelo seco cotidiano preenchido pela desordem e
vácuo existencial. A arte tem a função social de atingir a toda humanidade para
que se humanizem em toda sua integridade espiritual. Ela deve ser um veículo
onde fosse possível que o homem manifestasse as diversas condições humanas
vitais se autoafirmando como seres humanos. Evidencia-se também que atualmente
há uma nova arte, porém impopular, pois é direcionada para uma minoria
privilegiada, já que a grande massa é inapropriada e desprovê-se de
entendimento e recursos o bastante para se inserir e assimilar tais ideologias.
Na
contemporaneidade, a arte versus o capitalismo traz a ideia sobre a influência
direta das mídias na formação de consciências e mentalidades das massas que
consomem seus produtos sem mesmo examinarem as mesmas e suas intenções por
traz. Desse modo, na situação comodista em que se encontram, acabam se
submetendo indiscutivelmente e cegamente às impositivas ideias maquinadas pela
publicidade maliciosamente capitalista e como resultado perdem a noção
fundamental dos valores estéticos, morais e espirituais. Como já se afirmou:
"Toda unanimidade é burra", essa declaração parece se aplicar
perfeitamente a essa absurda situação, na qual se verifica que a maioria das
pessoas prefere e se atrai por banalidades sem conteúdos e por propriedades que
não edifiquem nem elevem seus espíritos. Dessa forma, a arte por essência se
desvirtua da sua finalidade primordial, que seria levar e moldar as
consciências para uma elevação estética, ética e moral tornando-os mais
humanizados. O homem massa consumidor da mercantil mídia abrangente se torna
coisificado e nessa inepta condição, deixa-se ser manipulado virando
massificadas marionetes cada vez mais consumistas e alienadas em seu vazio
existencial.
Como
diz Adolfo Vásquez em “O capitalismo e a arte de massas”: não apenas o
homem-massa perde com isso: é uma perda para todos e substancialmente para os
homens verdadeiros que intencionam trazer uma nova ordem social legitimamente
humanizada. O que torna a relação entre o homem-massa e a arte genuína como uma
comunicação entre surdos, onde a arte verdadeira deixa de ser apreciada. Essa
ofuscação faz com que o público escolha as obras menos sólidas do ponto de
vista estético no lugar de eleger aqueles mais valorosos esteticamente.
Sendo assim, Van Gogh aparece como um verdadeiro artista em tal ponto de vista,
pois suas obras permaneceram sem nenhum reconhecimento naquele tempo, a
cegueira do momento já atuava ofuscando artistas que só viriam a ser aceita
depois de sua morte. Van Gogh foi um verdadeiro artista também no que concerne
à sua entrega emocional e total a sua obra onde seu real objetivo era
satisfazer suas necessidades emocionais e estéticas sem nenhuma pretensão
comercial, mesmo se suas obras fugissem dos padrões exigidos pelo mercado, se
agradasse ou não, sua única e real pretensão era a de unir-se em sinestesia com
a sua própria arte, projetando-se e tornando-se o seu próprio objeto de
criação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário